Entre os dias 11 e 20 de novembro de 2025, na cidade de Belém do Pará, o Observatório Interdisciplinar das Mudanças Climáticas se une ao Laboratório da Cidade e ao Instituto Clima e Sociedade (iCS) para promover uma série de Rodas de Conversa na Casa da Cidade, atividade paralela à realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30). Com 18 encontros presenciais na Casa da Cidade oferecidos duas vezes por dia, sempre às 16h e às 18h, a iniciativa pretende estabelecer um espaço para diálogos plurais, horizontais e diversos sobre temas centrais da agenda climática em geral – e sobre negociações da conferência, em particular – entre representantes de movimentos sociais, comunidades indígenas e quilombolas, centros de pesquisa, cientistas do clima, jornalistas, comunicadores, coletivos juvenis e lideranças comunitárias.

Ao final de cada dia de rodas de conversa, sempre às 19h30, a Casa da Cidade oferece ainda eventos de lançamento de publicações sobre temas relevantes para a agenda climática, especialmente para os debates e negociações em curso durante a COP, seguidos de coqueteis de confraternização entre os presentes.

Confira abaixo a programação da primeira semana:

• 11 de novembro, terça-feira:

16h-17h30 – Adaptação das cidades e resiliência climática

Com: Lucas Nassar (Laboratório da Cidade), Mariana de Paula  (Instituto Decodifica), Alex Soares (Palmares Laboratório-Ação). Mediação: Leonildes Nazar (OIMC e iCS). Esta roda de conversa pretende estabelecer um diálogo capaz de mobilizar conhecimentos técnicos, saberes e exemplos que contribuam para abordagens sobre como alavancar a implementação da agenda de adaptação e direcioná-la como vetor de resiliência, principalmente em espaços urbanos, e suscitando algumas questões: qual o papel das organizações da sociedade civil na agenda de adaptação climática, em particular na formulação de protótipos de política pública? Quais os principais desafios dentro dos arranjos institucionais para implementação dessas agendas?

18h-19h30 – As convergências necessárias entre os movimentos socioambientais e as lutas climáticas

Com: Mattheus Silva (Fórum Paraense de Juventudes), Walter Kumaruara (Coletivo Jovem Tapajônico e Aliança dos Povos pelo Clima), Beatriz Moreira (Cúpula dos Povos). Mediação: Mariana Castro (OIMC). O painel propõe um diálogo sobre os desafios enfrentados pelas organizações ambientais da sociedade civil, especialmente no contexto da mobilização das juventudes e da articulação com outras frentes de luta. A conversa busca identificar pontos de convergência entre as agendas climáticas e socioambientais, refletindo sobre os modelos de desenvolvimento vigentes e os caminhos para a construção de uma justiça ambiental efetiva. A partir das experiências dos movimentos sociais, serão discutidas estratégias de fortalecimento coletivo, incidência política e construção de narrativas que conectem território, clima e direitos.

• 12 de novembro, quarta-feira:

16h-17h30 – Financiamento Climático: De Quem Vem e Para Onde (Não) Vai?

Com: Lucca Rizzo (iCS), Kleber Karipuna (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), Marta Viegas (Diretora para Brasil e Suriname Banco Interamericano de Desenvolvimento) e Gleiciane Pismel (Aliança dos Povos pelo Clima). Mediação: Ana Paula Tostes (OIMC e Cátedra Jean Monnet). Qual é o panorama do financiamento climático ao redor do mundo e especialmente no Brasil? Quais os principais desafios de mobilizar recursos privados e por que isso é necessário? Qual o papel dos bancos multilaterais de desenvolvimento? Como a nova geopolítica mundial afeta esse panorama e como isso pode afetar a disponibilidade de recursos para o Sul Global?

18h-19h30 – Democratização e Acesso a Negociações Internacionais: Experiências de Jovens Negociadores pelo Clima

Com: Jarê Pinagé (Engajamundo), Beatriz Triani (OIMC) e Marcelo Paixão (Laboratório  da Cidade). Mediação: Hannah Balieiro (iCS). Quais as principais dificuldades para participar e acompanhar as negociações internacionais sobre clima? Como os ativistas jovens têm pressionado as autoridades nos espaços de negociação? Quais são as principais agendas que tais ativistas defendem?

• 13 de novembro, quinta-feira:

16h-17h30 – A Encruzilhada Hídrica: Escolhas para um Futuro Climático Justo

Com: Ligia da Paz (Mandí), Mohema Rolim (Habitat para a Humanidade Brasil), e Andrew Leal (Observatório  das Baixadas). Mediação: Ana Carolina Melo (Laboratório da Cidade). Secas extremas, enchentes e desigualdades no acesso à água mostram que precisamos de novas formas de gestão. As Soluções Baseadas na Natureza (SbN) apontam caminhos concretos para adaptação e equilíbrio. Quais são os principais desafios e injustiças da crise hídrica atual? Como as Soluções Baseadas na Natureza podem fortalecer a adaptação climática? Que políticas e decisões precisam ser tomadas agora para garantir o direito à água e à vida? Como incluir os saberes tradicionais e as comunidades nas escolhas para um futuro climático justo?

18h-19h30 – Lançamento “De Olho no Transporte“

Com: Luiza Sampaio (Casa Fluminense), Ruth Costa (Paraciclo) e Maria Clara Salvador (Centro Brasileiro de Justiça Climática). Mediação: Larissa Amorim (Casa Fluminense). A Casa Fluminense lança a quinta edição do relatório de monitoramento De Olho no Transporte, que vai levantar o debate da transição justa, qualidade do ar e tarifa zero a partir dos principais impactados com a crise estrutural e também emergencial do setor: os passageiros.

• 14 de novembro, sexta-feira:

16h-17h30 – Governar para o presente: O que a Cidade Precisa (e Pode) Ser?

Com: Mariana Galdino (Instituto Decodifica), Yara Martinelli (Associação Brasileira de Municípios), e Lucas Raiol (Lab.Pesquisa). Mediação: Anna Mathis (Laboratório da Cidade). O painel convida gestores públicos, pesquisadores, movimentos sociais e público a refletir sobre os desafios e possibilidades da ação urbana no tempo presente. A proposta é discutir modelos de governança que respondam às urgências sociais, ambientais e territoriais, valorizando práticas inovadoras, saberes locais e políticas que transformem a cidade em um espaço mais justo, sustentável e democrático.

18h-19h30 – Nossa Chance para Adiar o Fim do Mundo

Com: Marcos Wesley (Comitê COP-30), Diosmar Filho (Iyaleta), Anaís Cordeiro (Comitê Chico Mendes) e Marcelle Oliveira (Campeã Climática da Juventude da COP30). Mediação: Tatiana Lobão (iCS). Este painel parte da provocação lançada pelo Comitê COP-30 para refletir sobre o papel da sociedade civil, dos territórios e das juventudes na construção de respostas urgentes à crise climática. A conversa reunirá lideranças, ativistas e pesquisadores para debater como transformar o senso de urgência em ação coletiva, enfrentando os modelos de desenvolvimento que aprofundam desigualdades e ameaçam o planeta. A partir da pergunta “como adiamos o fim do mundo?”, o painel buscará evidenciar experiências concretas de resistência, articulação e inovação social que apontam caminhos para uma transição com justiça climática e protagonismo dos povos.

19h30 – Lançamento de A Terra gira entorno o eixo imaginário: Escala Racial Global na Natureza Terra

Com Diosmar Filho (Iyaleta). Evento de lançamento do quarto volume a Coleção Caminhos da Justiça Global, publicada pela Justiça Global.

• 15 de novembro, sábado:

16h-17h30 – Obstrução climática no Brasil e no mundo

Com: Timmons Roberts (Brown University/Climate Social Science Network), Carlos R. S. Milani (OIMC), Gave Cabral (Abaré/Intervozes) e Janaína Pinto (OIMC). Mediação: Nara Perobelli (iCS). Esta roda pretende abordar a obstrução climática ao redor do mundo e no Brasil. Alguns dos temas abordados são: quem são os principais atores que negam, atrasam e bloqueiam a agenda climática? Quais estratégias e narrativas mobilizam? Como se articulam? Como a economia política e os contextos locais influenciam a dinâmica da obstrução, no Norte e no Sul Global? Quais os caminhos para enfrentá-la?

18h-19h30 – Integridade da informação climática

Com: Mariane Castro (Observatório do Marajó), Thaís Lazzeri (Agência Fala) e Danielle Moreira (JUMA). Mediação: João Paulo (Tapajós de Fato). Os principais desafios para combater as notícias falsas; recursos da comunicação para sensibilizar, engajar e informar sobre a crise climática; as ações frente às Big Techs e os principais canais de desinformação; como o tema da desinformação entra na agenda da litigância climática?

Toda a programação das Rodas de Conversa na Casa da Cidade resultado da curadoria e organização do Laboratório da Cidade, do Observatório Interdisciplinar das Mudanças Climáticas e do Instituto Clima e Sociedade. A participação em cada evento será determinada por ordem de chegada, sem a necessidade de inscrição prévia. A Casa da Cidade fica localizada na Travessa Rui Barbosa, 257 (Reduto) – Belém (PA).