O Observatório Interdisciplinar das Mudanças Climáticas está lançando o mais novo texto da série Comentários do OIMC, dedicada a ensaios curtos, de tema livre, produzidos por nossa equipe. Nesta edição, o sociólogo Renan William dos Santos assina o ensaio O legado ambiental de Francisco e as expectativas sobre Leão XIV, uma análise da sucessão papal com foco na relação entre o catolicismo e a pauta ambiental e no papel da Igreja Católica no avanço da agenda climática.

Leia um trecho desta edição:

Em meio às diversas estratégias que a Igreja Católica adotou nos últimos anos para reverter sua crise de legitimidade, poucas se mostraram tão oportunas quanto o investimento na pauta ambiental. Com a encíclica Laudato Si’ (2015), Francisco não apenas colocou a crise ecológica no centro do discurso eclesial — algo inédito —, como também apostou numa linguagem afinada com os anseios de jovens, movimentos sociais e ativistas globais. Tratava-se, em larga medida, de um esforço para converter a Igreja em farol moral de um novo humanismo ecológico, capaz de oferecer orientação espiritual em meio ao colapso climático e à desordem civilizacional.

Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), em estágio pós-doutoral no Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP-UERJ), Renan William dos Santos é pesquisador colaborador do OIMC e membro do comitê diretivo da unidade “Religião e Ecologia” da American Academy of Religion (AAR). Sua tese Orientações religiosas sobre a conduta ecológica, orientada por Reginaldo Prandi (FFLCH-USP), foi laureada no 13º Prêmio Tese Destaque USP, como a melhor tese na Grande Área de Ciências Humanas, além de receber Menção Honrosa no Prêmio CAPES de Tese.