Entre outubro de 2025 e março de 2026, a FGV Arte promove, na sede da Fundação Getúlio Vargas (FGV) na cidade do Rio de Janeiro, a exposição Adiar o fim do mundo, com curadoria de Paulo Herkenhoff e Ailton Krenak. Como parte das atividades relacionadas à exposição, o Prof. Carlos R. S. Milani foi convidado para coordenar o ciclo de conferências Antropoceno e emergência climática: quando a ciência e a arte se encontram, que reúne uma série de especialistas nacionais e internacionais para dialogar sobre temas incontornáveis da atual crise climática. Em uma agenda multidisciplinar envolvendo diversas áreas do conhecimento, como a arte, a biologia, a economia, as Relações Internacionais, a Ciência Política, a Filosofia, a História, a Geologia, a Física, a Matemática etc, o ciclo é um convite à escuta ativa e ao diálogo urgente sobre novas formas de convívio social.
No dia 5 de novembro de 2025, quarta-feira, o Diretor do OIMC ministra a conferência Antropoceno e Capitaloceno: como navega a humanidade na policrise atual?, com mediação de Blanche Marie Evin (FGV Arte). Oferecida no Auditório 1429 da sede da Fundação (Praia de Botafogo, 190 – Botafogo, Rio de Janeiro) entre 17h e 19h, a palestra apresenta um panorama recente dos estudos científicos a respeito das mudanças climáticas, correlacionando-o com as decisões de agentes governamentais, nacionais e internacionais.
Dando prosseguimento à programação do ciclo, no dia 26 de novembro, o Prof. José Maurício Domingues (IESP-UERJ), pesquisador associado ao Observatório, ministra a conferência A Modernidade encontra o Antropoceno, com mediação de Paula Baltar (FGV Responsabilidade Social). A programação do evento foi inaugurada na última segunda-feira, 27 de outubro, com a conferência Geopolítica e geoeconomia do clima, ministrada por François Gemenne (HEC Paris/Sciences Po). Mediada pelo Prof. Milani, a palestra dialogou com o tema da exposição oferecendo uma análise do financiamento da transição ecológica. Em breve, a FGV anunciará as próximas conferências promovidas pela iniciativa , além de um curso intensivo sobre os temas abordados pelo ciclo, a ser oferecido entre os dias 16 e 27 de março de 2026.
Coincidindo com o período da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), a mostra articula arte, ecologia e filosofia em torno de um enunciado que é, ao mesmo tempo, uma advertência e um convite: adiar o fim do mundo é reinventar o presente. Inspirada na produção e no pensamento de Ailton Krenak, pensador indígena, escritor e ativista ambiental, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) e uma das vozes mais influentes do pensamento contracolonial contemporâneo, a exposição reúne mais de 100 obras de diferentes períodos e contextos culturais, com técnicas e suportes que abordam as urgências da crise ambiental, o legado do colonialismo, o racismo estrutural e os modos de resistência dos povos originários e das comunidades tradicionais.



